Nesse 13 de maio, Dia da Abolição, Tambor Mineiro inicia ciclo de conversas e de oficinas sobre o Reinado Negro em Minas
Celebrar o 13 de maio, quando se comemora a Abolição da Escravatura em nosso país, tem um significado especialmente oportuno para os tempos atuais, em que as questões relacionadas ao racismo contra o negro estão recebendo visibilidade cada vez maior. Afinal, além de lembrar uma das datas mais importantes da história, também lembramos a prática da escravidão, que é impensável para a atualidade, mas que deu origem a feridas que, mesmo após 133 anos, permanecem abertas na sociedade brasileira.
Portanto, resgatar as tradições culturais africanas neste momento contribui para que aumente a percepção sobre o quanto elas são fundamentais na formação da cultura brasileira. Pois é esta a contribuição que será dada pelo evento criado pela a Associação Cultural Tambor Mineiro para celebrar a Abolição.
O Dia da Abolição e o Reinado Negro em Minas
Para valorizar a data comemorativa, de 13 a 17 de maio, o Tambor Mineiro dará início a uma série de conversas com convidados de Minas Gerais, que destacarão as manifestações culturais de matriz africana no estado, com atenção especial para o congado. A partir desta quinta até a segunda-feira, os encontros girarão em torno da importância do Dia da Abolição e do Reinado Negro para o povo mineiro.
Além das conversas, que serão conduzidas pelo artista e empreendedor cultural Maurício Tizumba, o evento também contará com oficinas ministradas por integrantes do Tambor Mineiro.
Todas as ações serão desenvolvidas em ambiente virtual e terão acesso gratuito.
Mês da Abolição e Mês de Maria
De acordo com Tizumba, os objetivos das conversas e das oficinas são de valorizar e de dar visibilidade ao mês de maio, que, além de ser o da Abolição da Escravatura, é também o mês de Maria, a mãe de Jesus, duas simbologias que são significativas para Tambor Mineiro, que tem sua história conectada ao congado. “Nessa época em que o racismo está aflorando, a gente cria estes debates para avançar nestas discussões em âmbito mundial e na nossa cidade, que tem a manifestação congadeira como uma das mais importantes, além do candomblé e da umbanda”, explica o artista.
Tizumba destaca que o evento cria a oportunidade para que seja discutido com gestores da cultura ligados ao congado mineiro algo além do racismo estrutural, sobre o qual tanto se fala, mas que, muitas vezes, permanece distante do entendimento popular. “Esse evento é aberto a todos, mas queremos trazer palavras mais próximas às comunidades congadeiras, ao povo negro. O papel do Tambor Mineiro é dar importância, é dar voz a essas manifestações, falar de onde vieram. Queremos não só valorizar, mas dar a visibilidade e honrar esse povo. Honrar é fundamental”, considera Tizumba.
Programação
Quinta, 13 de maio
19h às 20h – Oficina “Pandeiro: Ritmos do Tambor Mineiro”, com Manu Ranilla, que ensinará notas básicos do pandeiro, ritmos e cantigas cantadas pelo Tambor Mineiro. A oficina continuar no dia 14
20h às 21h – Conversa com o Capitão Jorge dos Santos, da comunidade quilombola dos Arturos, de Contagem.
Sexta, 14
19h às 20h – Continuação da oficina “Pandeiro: Ritmos do Tambor Mineiro”
20h às 21h – conversa com Iara Aparecida Ferreira, fundadora e coordenadora do Terno de Congado Moçambique Estrela Guia, de Uberlândia
Sábado, 15
14 às 15h – Oficina “Tambores de Maio”, com Maurício Tizumba
20h às 21h – Conversa com Pedrina, Capitã da Guarda de Moçambique Nossa Senhora das Mercês, benzedeira que, a partir de Oliveira, está há mais de 50 anos à frente do congado da região Centro Oeste de Minas.
Domingo, 16
14 às 15h – Continuação da oficina “Tambores de Maio”, com Maurício Tizumba
20h às 21h – Conversa doutora Leda Maria Martins, professora da UFMG que, além de poeta, ensaísta e dramaturga, também é rainha da Guarda de Moçambique do Vale do Jatobá, em Belo Horizonte
Segunda, 17
14h às 16h – Oficina “Som, Corpo e Tambor – uma Experiência Musical”, direcionada a crianças e adolescentes, com Bruno Messias
20h às 21h – Encerramento, com a presença do músico e compositor Sérgio Pererê.
As conversas serão transmitidas em vídeo pela página do Tambor Mineiro no Instagram (clique aqui para acessar) . As oficinas terão transmissão pelo Zoom, com inscrição pelo Sympla (clique aqui para se inscrever).
Fonte: Luz Comunicação – Jozane Faleiro