As variante do coronavírus são mais perigosas? O que podemos fazer para contê-las? Confira as repostas!
Como se não já não bastassem as preocupações com os estragos que a Covid-19 está causando na saúde pública e na economia — sem esquecer, é claro, das tragédias pessoais e familiares —, as mutações que o vírus vem sofrendo criam motivos de alerta ainda maiores em torno da doença. Mas, o que de fato são as tais mutações e quais ameaças elas representam? Mais do que isso, o que podemos fazer para prevenir que elas se espalhem ainda mais?
O Comunidade Ativa foi buscar algumas informações sobre o assunto. Confira
Não é uma artimanha exclusiva do coronavírus
Já bastante afetadas por tudo o que a Covid-19 vem provocando, algumas pessoas podem acreditar que a característica de mutação seja mais uma arma que o novo coronavírus tinha escondida, o que o tornaria especialmente diferente de outros vírus nesse aspecto. Entretanto, segundo o microbiologista Nathan Grubaugh, professor de epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, isso faz parte da rotina de qualquer vírus de RNA, como é o coronavírus.
“A mutação é um aspecto da vida de um vírus de RNA”, disse o professor em artigo publicado na revista científica Nature. Portanto, segundo Grubaugh, ainda que as transformações do novo coronavírus possam torna-lo mais transmissível, por exemplo, trata-se de uma condição normal desse tipo de vírus, que, pelo menos nesse quesito, nada tem de especial na comparação com outros semelhantes.
Versão humana do coronavírus
Outro ponto interessante para ser observado vem da possibilidade de o próprio SARS-CoV-2, em sua forma que iniciou a pandemia da Covid-19, não ter sido completamente formado no organismo de um animal, como foi amplamente divulgado. Em vez disso, o vírus teria se desenvolvido no próprio organismo humano a partir da mutação, aí sim, de um coronavírus pré-existente em animais. A epidemiologista Maureen Miller, que é pesquisadora e professora de Epidemiologia na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, destaca que a teoria da evolução viral sugere que alguns vírus presentes em animais vão se tornando ameaças para a espécie humana ao longo do tempo, justamente após o contato com humanos.
De acordo com Maureen, o risco aumenta a partir dos frequentes “transbordamentos zoonóticos”, como é definido o processo de transmissão de um microrganismo de um animal para o ser humano. “Não é algo único. Um animal ‘intermediário’, como um porco, uma civeta ou um pangolim, pode ser necessário para transformar o vírus para que faça as primeiros transmissões às pessoas. Mas, os hospedeiros finais, que permitem que uma variante se torne totalmente adaptada aos humanos, podem ser os próprios humanos”, diz a pesquisadora em artigo no The Conversation.
Segundo a epidemiologista, uma equipe internacional de cientistas acredita que a transmissão não detectada de humano para humano seja a provável origem do SARS-CoV-2. Maureen observa que a tal teoria da evolução viral vem sendo testada em tempo real com o rápido desenvolvimento das variantes da Covid-19, o que confirma que existem vários conhecimentos que estão sendo construídos com o enfrentamento da pandemia.
Aprendendo com as “variantes de preocupação”
A cada dia os cientistas descobrem algo novo sobre as inúmeras características da Covid-19, em um condição que é reforçada por nota do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, da sigla em inglês) — cuja última atualização antes da publicação dessa matéria ocorreu em 20 de maio. O CDC explica que os cientistas estão trabalhando para aprender mais sobre a facilidade com que as novas versões do novo coronavírus se espalham, se elas podem causar doenças mais graves e se as vacinas atualmente autorizadas garantirão proteção também para elas. De acordo com o CDC, por ora, é possível dizer que algumas variações do vírus dão a elas condições para se espalharem mais facilmente ou para que sejam mais resistente a tratamentos ou a vacinas do que outras. “Essas variantes devem ser monitoradas com mais cuidado”, diz o órgão de saúde.
Outros artigos e notas técnicas publicados por pesquisadores e instituições que também buscam entender melhor as mutações consideram as novas formas do vírus surgem como “variantes de preocupação”. Esta classificação também está associada às possibilidades de novas versões do vírus serem mais transmissíveis mas também consideram que elas podem aumentar a carga viral nos infectados e favorecer a reinfecção pelo vírus.
As vacinas são eficazes contra as novas variantes?
Como já foi vimos, o conhecimento sobre as variações do SARS-CoV-2 também estão sofrendo mutações, como o próprio vírus. Afinal, a cada dia uma nova variante aparece, o que vem acontecendo com grande velocidade, e, também a cada dia, surgem novas possibilidades para a pandemia.
Contudo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as vacinas atualmente aprovadas foram desenvolvidas para fornecerem uma ampla resposta de imunização, o que faz com que todas elas tenham capacidade para assegurar alguma proteção inclusive contra as variantes até agora detectadas. A OMS destaca que estas condições vem sendo monitoradas e, caso qualquer das vacinas se mostre menos eficaz contra uma ou mais variantes, será possível alterá-la para que seja restabelecida a boa proteção do imunizante.
O que podemos fazer para conter o avanço das mutações?
Se todas as pessoas cumprirem rigorosamente essas recomendações elas não só correrão um risco menor de contraírem a Covid-19 como também ajudarão a conter a pandemia.
Uma dica
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