Formação em georreferenciamento abre caminhos em um mercado em ascensão
A ideia de localização em um mapa geográfico não é algo tão complicado de entender, não é mesmo? Afinal, de posse dos conceitos básicos sobre o plano cartesiano, que são adquiridos lá no ensino médio, é fácil perceber como os paralelos e os meridianos se cruzam para definir um ponto de localização. Assim, para encontrarmos qualquer ponto sobre o planeta, basta ter o “endereço” dele no mapa, dado pela latitude e pela longitude, que tudo está resolvido.
Porém, quando o mapeamento exige um conhecimento mais detalhado sobre as características de uma área — e não só sobre a localização de um ponto —, as coisas mudam de figura. Primeiro, porque é preciso considerar que a Terra não é plana e não tem superfície regular. Ao contrário, ela apresenta variações na topografia que podem ser significativas dentro de uma mesma área. Além disso, de acordo com a necessidade de entendimento daquela terreno, existem várias características que devem ser valorizadas no detalhamento.
Se alguém pretende construir uma estrada, criar um condomínio ou plantar uma lavoura de cana em uma determinada área, por exemplo, deve antes entender como a existência de árvores, estradas, rios e acidentes geográficos, entre outros aspectos, podem interferir no projeto. Além de sustentar a viabilidade de um empreendimento — ou definir a inviabilidade —, em muitos casos, as informações sobre a área são exigidas em processos de legalização daquilo que se deseja executar — como aquelas pedidas pelos vários órgãos que cuidam das etapas de licenciamento.
Pois é para atender a estas e a outras necessidades que são criadas as plantas georreferenciadas dos terrenos.
Trabalho de muitos profissionais
Por meio do georreferenciamento são delimitadas as dimensões, limites e características de uma área, com descrições de coordenadas que devem estar de acordo com o chamado Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) — que é uma rede de estações do IBGE que define referências no Brasil. Pra isso é necessário contar com o trabalho de profissionais de várias especializações — como engenheiros agrimensores, cartógrafos e topógrafos.
Após o levantamento que é feito em campo e que definem as várias características de um terreno, as informações coletadas, então, são tratadas em etapas, que vão da edição à saída final dos documentos — como mapas impressos e digitais, arquivos e relatórios. Mais do que uma descrição precisa do terreno, os dados gerados oferecem, inclusive, informações que serão úteis no gerenciamento, na análise e na manipulação da área estudada.
Tendência de mercado
Atualmente, todo esse processo de gerenciamento, que envolve um número imenso de variáveis, é realizado por softwares especializados, que demandam profissionais treinados de forma específica para operá-los. Como tem inúmeras aplicações, o mercado de trabalho nesta área encontra-se em franca expansão.
Seja para atender o agronegócio, ao monitoramento ambiental, às necessidades de implantação de empreendimentos diversos, como os de telefonia, ou outras das inúmeras demandas existentes, as vagas de emprego para profissionais qualificados no setor estão se multiplicando, abrindo ótimas perspectivas para que busca uma carreira promissora. Portanto, como essa é uma transformação que reflete não só uma realidade brasileira, mas de todo o mundo, o cenário presente e futuro para quem está se formando na área é bastante favorável, inclusive para quem se especializa na operação dos softwares.