Agosto é mês de prevenção à leishmaniose canina e de palestra gratuita sobre a doença
Com a maior parte das atenções voltadas para a Covid-19, a campanha Agosto Verde, iniciativa do Centro de Estudos em Clínica e Cirurgia de Animais (CECCA), da PUC Minas, vem para lembrar de outra zoonose que não pode ser negligenciada: a leishmaniose visceral canina. Com ações voltadas para a conscientização do público, a campanha pretende incentivar o combate a uma doença que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 2 milhões de pessoas anualmente no mundo e também é preocupante no Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença está presente em praticamente todo o território nacional, afetando 25 dos 27 estados brasileiros, onde estão concentrados 90% de todos os casos registrados na América do Sul. “Em função das modificações socioambientais e a crescente urbanização da doença ocorrida nos últimos 20 anos, estratégias de controle e prevenção devem ser amplamente discutidas em cada município”, afirma o professor Rafael Carvalho de Souza, um dos organizadores da campanha.
Transmissão e sintomas
Com grande potencial endêmico, esse tipo de leishmaniose encontra o cão como principal reservatório da doença no meio urbano. A transmissão ocorre a partir da picada do mosquito Lutzomyia longipalpis, o mosquito palha, também conhecido como flebótomo, que funciona como vetor do protozoário Leishmania infantum chagasi, causador da zoonose no Brasil.
Nos cães, em geral a doença provoca o aumento de volume dos gânglios linfáticos, crescimento exagerado das unhas, perda de pelo, úlceras e descamação da pele, emagrecimento e atrofia muscular, hemorragias nasais, anemia e alterações nos rins, fígado e articulações. Em humanos, os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente por semanas, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramento na boca e nos intestinos.
Sem cura parasitológica tanto para os cães quanto para humanos, a prevenção é uma ação poderosa no combate a esta zoonose.
Prevenção
O uso de coleiras que repelem o flebótomo e a vacinação são as duas formas mais eficientes para afastar a leishmaniose. Entretanto, também é importante evitar que o mosquito se reproduza, o que pode ser feito por meio da limpeza de ambientes externos, como quintais e jardins.
O mosquito palha se desenvolve em locais úmidos, ricos em matéria orgânica e protegidos pela sombra. Assim, espaços onde se acumulam folhas e resíduos de poda, fezes de animais e entulho criam os ambientes perfeitos para que o flebótomo se reproduza e, a partir daí, possa picar um animal contaminado pelo protozoário causador da doença e iniciar o processo de contaminação.
É importante ressaltar que mesmo os cães que vivem em áreas onde a leishmaniose não é endêmica precisam estar protegidos. Afinal, é possível que ele seja levado a passear em um local onde a doença esteja presente ou que algum cão na vizinhança tenha se infectado desta forma, favorecendo a propagação.
Palestra
Como parte das ações da campanha Agosto Verde, no próximo dia 22 de agosto, a PUC Minas transmitirá uma série de palestras online, que serão ministradas por médicos veterinários espacializados no assunto. Confira a programação!
- 09h às 10h – Métodos de Prevenção da Leishmaniose Visceral Canina – Mitos e Verdades (Romeika Reis Lima)
- 10h às 11h – Eficácia da vacina em cães com Leishmaniose, bem como na Imunoterapia (Vitor Márcio Ribeiro)
- 11h20 às 12h30 – Como realizar o controle por meio de exames em paciente com Leishmaniose Visceral Canina (João Carlos Toledo Junior)
- 15h às 16h – Tratamento de alterações ortopédicas de cães positivos com Leishmaniose Visceral (Mário Rennó)
- 16h às 17h – Estadiamento da Leishmaniose Visceral Canina: um importante passo para o sucesso terapêutico (Paulo Tabanez)
As palestras serão transmitidas pelo Sympla e têm inscrições gratuitas (clique aqui).
Para mais informações sobre a leishmaniose visceral canina, você também pode entrar em contato com o Centro Saúde Animal, pelo telefone e WhatsApp 31 998286550.
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