Cultura

Baby boomer, X, Y ou Z? Entenda as características das gerações!

Hábitos de consumo, preferências culturais, visão sobre a política e sobre o mundo são alguns dos aspectos que caracterizam as gerações. Pela perspectiva sociológica, a classificação geracional não é recente e já ocorre desde o século 19. Contudo, no final desta segunda década do século 21 , o assunto se tornou mais próximo da sociedade, sendo abordado com maior frequência nos mais variados ambientes.

Com isso, termos como baby boomers, millenials, geração X, Y e Z aparecem com alguma frequência na mídia e, muitas vezes, permeiam até mesmo as conversas informais. Considerando que uma boa parte das pessoas ainda não está familiarizada com os significados desta terminologia ou com as características mais marcantes de cada uma das gerações, o Comunidade Ativa resolveu fazer um levantamento sobre o que ela representa.

Confira!

Tempo x experiência

Mesmo que de maneira simplificada, o conceito de geração está presente desde o início da civilização e talvez até antes. Na experiência da vida social, termos como criança, jovem, adulto e idoso serviam para definir membros de diferentes gerações, o que permanece ainda hoje no senso comum. Contudo, foi no século 19 que, ainda que visões distintas, os filósofos Auguste Comte e Wilhelm Dilthey perceberam que havia algo mais a ser compreendido nesta área de estudo da sociedade.

Para o positivista francês Comte, as gerações se sucedem a cada 30 anos, tempo necessário para que a mais nova substitua a mais velha na vida pública. O austro-húngaro Dilthey, por sua vez, entedia que o que mais vale na definição de uma geração são as experiências comuns que as pessoas vivem.

Mais tarde, vários outros pensadores se dedicaram ao tema, que ganhou novo impulso em 1952, com a publicação póstuma de uma versão inglesa da obra do sociólogo húngaro Karl Mannheim. Próximo do pensamento de Dilthey, Mannheim também não se importava com o tempo linear como critério de separação das gerações. Para ele, o que mais valia eram as mudanças sociais experimentadas por cada geração.

Ao longo dos anos, o estudo sobre gerações foi evoluindo e sendo cada vez mais valorizado e compreendido. Cada vez mais sofisticado, hoje percebe-se, inclusive, que países distintos pode ter transições geracionais diferentes — como veremos a seguir.

Classificação atual das gerações

A cada época a classificação das gerações passa por algum tipo de alteração, que está vinculada a determinados acontecimentos. Nesta classificação pode se considerada, inclusive, características de nacionalidade.

Na atualidade, numa espécie de conceituação que mistura tempo e experiências, de modo geral, as gerações são de acordo com diferentes períodos de ocorrência. Aqui estamos adotando a classificação utilizada pela revista Consumidor Moderno, que é a seguinte:

  • Geração dos Veteranos ou Tradicionais, composta pelas pessoas nascidas entre 1925 e 1945;
  • Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964;
  • Geração X, das pessoas nascidas entre 1965 a 1979, na classificação americana, ou 1965 a 1984, na classificação brasileira.
  • Geração Y, dos nascidos de 1980 a 1994, entre americanos, e 1985 a 1999, entre brasileiros.
  • Geração Z, de 1995 à atualidade, entre americanos, e de 2000 à atualidade, entre brasileiros.

Para efeito de estudos mais detalhados, que não vamos apreciar aqui, a revisa também considera grupos de transição: da Geração BBX (1958-1964), entre Baby Boomers e X; Geração XY (1976-1984), de transição entre a geração X e Y e geração YZ (1995-1999), de transição entre a geração Y e Z.

Veja a seguir as características gerais de cada geração.

Veteranos ou Tradicionais (1925 a 1945)

Marcados por tempos de crises econômicas e pela Segunda Guerra Mundial, em função das dificuldades que viveram, os integrantes desta geração costuma ser mais rígidos. Os principais valores são a família, o trabalho e a moral.

Essa geração prefere a estabilidade. Muitos se aposentaram, tendo passado anos na mesma empresa e, muitas vezes, até na mesma função.

Baby boomers (nascidos entre 1940 e 1964)

O termo “baby boomer” pode ser traduzido como “explosão de bebês”, numa referência à explosão populacional que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. Para efeito de caracterização, é aceito que, na juventude, os integrantes desta geração valorizavam o trabalho e se dedicavam a constituir família, construir um patrimônio e alcançar estabilidade na carreira profissional. Este comportamento característico dos americanos acabou se espalhando pelo mundo.

Para os baby boomers, experiência tem mais valor do que criatividade e inovação.

Geração X (1965 a 1984, no Brasil)

O termo “X” foi cunhado na década de 1950 pelo fotógrafo Robert Capa que, então, realizou um ensaio fotográfico sobre os jovens que cresceram logo após a Guerra. Nos Estados Unidos esta geração se desenvolveu sob a Guerra Fria, enquanto os equivalentes brasileiros cresceram sob o regime militar.

Os membros da geração X tiveram contato com as novas tecnologias desde a sua fase inicial. De modo geral, são mais conservadores em termos de atividade profissional mas, curiosamente, ocupam posição expressiva no empreendedorismo — segundo a Fiesp, 38% das startups brasileiras são administradas por pessoas com mais de 45 anos.

Note-se que, a partir da geração X há uma defasagem entre a ocorrência das gerações no Brasil com relação aos Estados Unidos. De acordo com o analista Robert Meier, da Consumidor Moderno, “isso se deve aos aspectos da conjuntura social, política, econômica, cultural e tecnológica do país”.

Geração Y (1985 a 1999, no Brasil)

Também conhecidos como geração da internet e como Millennials  — em referência à transição de milênio próxima à qual nasceram —, os membros da geração Y são integrados à tecnologia e costumam ser mais exigentes em relação às funções que desempenham. Identificados pelos autores William Strauss e Neil Howe, eles são menos apegados ao emprego, estão muito mais atentos à aquisição de experiência e se preocupam menos em construir um patrimônio.

Os Millennials vêm o trabalho em equipe como algo mais importante do que a hierarquia e estão sempre em busca de inovação. Gostam da independência, mas não dispensam um retorno sobre os efeitos que as próprias ações causam nos ambientes por onde transitam.

Geração Z (2000 à atualidade)

A maior parte da garotada da geração Z ainda não chegou ao mercado de trabalho e não exerce função destacada na sociedade, mas promete imprimir uma forma bastante própria de lidar com as responsabilidades profissionais e sociais. Crescendo com a tecnologia intimamente integrada às suas vidas, são multitarefas, independentes, imediatistas e exigentes nos critérios de consumo. A socialização desta geração também conhecida como Centennials — na referência a serem os primeiros nascidos no século 21 — em geral não se processa bem fora do ambiente virtual.

Mesmo que a maior parte dos Centennials ainda não tenha estrado socialmente, sobre eles já é possível dizer que, com intensidade maior do que os membros da geração anterior, eles não têm nenhuma intenção de permanecerem por toda a vida ocupando um mesmo cargo e, certamente, não desejam ficar muito tempo em uma mesma empresa.

Vejamos o que o futuro reserva para a próxima geração!