O plástico é uma grande ameaça para o planeta, mas há solução!
Antes de seguir com a leitura, olhe por uns segundos à sua volta. Quantos objetos inteiramente feitos com plástico ou que têm plástico em sua composição você é capaz de identificar? São muitos, não é verdade? A começar pela plataforma na qual você está lendo essa matéria, seja no telefone, no computador ou no tablet.
De fato, muitas das funcionalidades das nossas vidas estão sustentadas sobre o plástico, que é um material incrível. Além de polivalente, podendo assumir infinitas formas e aplicações, é leve, barato e extremamente durável.
Por outro lado, justamente por ter todas essas qualidades, o plástico também se apresenta como um grande problema, quando é descartado de forma incorreta. Por esse motivo, é fundamental que nossa atenção se volte constantemente para o assunto, sobre o qual temos grande responsabilidade e podemos ajudar a resolver.
367 milhões de toneladas produzidas em 2020
A invenção não é recente e começou a tomar forma por volta de 1860, pelas mãos do químico inglês Alexander Parkes. Porém, a aplicação comercial do plástico foi iniciada do século 20, a partir de uma resina sintética denominada baquelite, inventada pelo belga radicado nos Estados Unidos Leo Hendrik Baekeland. Com a diversificação das formulações, vários tipos do materiais plásticos foram surgindo, até que, nos anos 1950, a utilização começou a se expandir pelo mundo.
É justamente dessa época, quando eram produzidas 2 milhões de toneladas de plástico por ano, que são registradas as primeiras medições dos volumes fabricados. Até 2016, a quantidade produzida aumentou quase 200 vezes, saltando para 396 milhões de toneladas, segundo o WWF — um aumento de quase 4% na produção do ano anterior, se considerarmos os dados do Our World in Data, que aponta produção de 381 milhões de toneladas em 2015.
De lá pra cá, o mercado de plástico passou a sofrer uma pequena retração, que foi intensificada pela pandemia da Covid-19. De acordo com informações da PlasticEurope, a produção mundial de plástico teve uma queda ainda maior em 2020, baixando para 367 milhões de toneladas por ano.
Mesmo assim, é muito, se considerarmos que, de acordo com o WWF, o mundo hoje recicla apenas 9% de todo o plástico que é descartado. Esse número é assustadoramente menor no Brasil, onde somente 1,28% desse tipo de material é reciclado.
A humanidade está ingerindo plástico
Um relatório do WWF publicado em 2019 indica que, até 2030, 104 milhões de toneladas de plástico devem ser adicionadas aos ecossistemas, se nenhuma medida drástica for adotada.
De acordo com a organização, há registros do emaranhamento de mais de 270 espécies de animais em algum tipo de objeto produzido com plástico — como sacolas e redes. Ao mesmo tempo, a ingestão de plástico já foi documentada em 240 espécies, incluindo a humana, sem que os efeitos ainda sejam plenamente conhecidos.
O relatório destaca ainda que, permanecendo o quadro atual, as emissões gerais de CO2 produzidas pelo ciclo de vida do plástico devem aumentar em 50%, enquanto a geração de gases de efeito estufa provenientes da incineração de plástico deve triplicar até 2030, devido às escolhas erradas na gestão de resíduos.
Solução ainda possível
A boa notícia, ainda possível, é que o WWF acredita que, sendo adotadas as medidas urgentes, a situação pode ser revertida . “Nosso método existente de produção, uso e descarte de plástico está fundamentalmente falido. É um sistema sem responsabilidade e atualmente opera de uma forma que praticamente garante que volumes cada vez maiores de plástico vazem para a natureza”, diz Marco Lambertini, diretor geral da WWF-International.
Segundo Lambertini, o mundo passa por uma crise de plástico de alto risco. “Sabemos que a poluição do plástico não é apenas feia, é perigosa para a vida marinha, e estamos apenas começando a entender o que ela faz às pessoas. Esse problema pode ser resolvido apenas se aplicarmos o nível certo de responsabilidade em toda a cadeia de valor e fornecimento de plástico, desde o projeto até o descarte. Conhecemos as soluções, desde a redução à coleta, reciclagem e alternativas. Podemos resolver a crise do plástico, mas é necessário que cada pessoa assuma a responsabilidade sobre o plástico que usa”, alerta o dirigente.
Portanto, é fato que a adoção de medidas de grande impacto deve partir da indústria e dos governos nacionais. Contudo, enquanto isso não acontece, em nossa rotina, cada um de nós pode — e deve — racionalizar o uso e o descarte do plástico.
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