Enfrentando os desafios do transtorno de déficit de atenção
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um distúrbio mental bastante comum, cujos sintomas incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade, condições que interferem na vida cotidiana da pessoa, seja na escola, em casa ou em qualquer outro lugar ou atividade, muitas vezes dificultando a realização de tarefas. As alterações comportamentais, em geral, surgem por volta dos 12 anos e continuam na adolescência e na idade adulta jovem, podendo afetar a pessoa por toda a vida.
De acordo como professor de psicologia Gregory Fabiano, da Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, O TDAH não tem nada a ver com o nível de inteligência de uma pessoa ou com a capacidade que ela tem para fazer amigos ou se destacar nos esportes, na música, nas artes ou em qualquer outra área. Porém, como o especialista destaca ema artigo no The Conversation, se a condição for tratada de maneira adequada, os desafios que ela apresenta podem ser enfrentados com maior facilidade.
Causas do TDAH
“Ninguém sabe exatamente o que causa o TDAH. Os cientistas acham que os genes podem desempenhar um papel , mas ninguém sabe exatamente como. Com base em anos de descobertas de pesquisas, os cientistas atribuem essa condição a uma combinação de como o cérebro de alguém funciona e seu ambiente pessoal”, explica Fabiano. Segundo o professor, uma esclareceu quais não seriam. “Por exemplo, as descobertas não apoiam as teorias amplamente difundidas de que o excesso de açúcar ou muito tempo usando produtos eletrônicos são responsáveis pelo aumento do número de crianças diagnosticadas com a doença desde 1990″, ele destaca com relação a descobertas sobre a população infantil dos Estados Unidos.
Fabiano observa que, hoje, menos 9,4% das crianças têm diagnóstico para TDAH. “Com base em todas as pesquisas que conduzi e nas outras descobertas que analisei, acho que esse aumento é causado por uma melhor identificação e mais consciência do TDAH em geral , em vez de um aumento geral do TDAH”, CONSIDERA.
Mudando comportamentos como terapia
Para a maior parte dos psicólogos, a TDAH é uma característica que, como a cor dos olhos, não pode ser alterada . Portanto, os médicos não podem curar o TDAH, assim como não podem aumentar o comprimento das pernas de uma pessoa. “Se alguém tivesse dificuldade em alcançar uma prateleira alta, você diria que ele só precisa ser mais alto? Claro que não. Mas você pode sugerir que usem uma escada”, compara Fabiano.
De acordo com o professor, a boa notícia é que as pessoas com TDAH podem superar os desafios que essa condição traz. “A terapia comportamental é normalmente implementada por pais e professores trabalhando juntos . Inclui definir metas claras e dar feedback sobre o progresso em direção a essas metas, geralmente diariamente . Outro recurso é oferecer recompensas ou privilégios quando as pessoas com TDAH alcançam seus objetivos”, recomenda.
Fabiano destaca que um dos tratamentos mais eficazes é ensinar aos pais como prestar mais atenção quando os filhos fazem os deveres escolares e tarefas e quando comportam bem. “Pais e professores podem ajudar as crianças notando quando elas são boas, em vez de puni-las. À medida que envelhecem, crianças e adolescentes com TDAH podem definir metas para si próprios e trabalhar duro para aprender maneiras de se manter organizado e administrar seu dia“, considera.
Remédios podem ajudar
O psicólogo diz que estimulantes prescritos por médicos podem ajudar as pessoas com TDAH a se concentrarem por mais tempo. “No entanto, como acontece com todos os medicamentos, algumas não podem tomá-los devido aos efeitos colaterais“, ele lembra.
Portanto, para o especialista, a abordagem terapêutica deve ser a primeira. “Muitos anos de pesquisa me levaram a acreditar que as pessoas com TDAH podem ter sucesso no longo prazo quando eles, suas famílias e seus professores trabalham tão duro quanto é necessário para desenvolver habilidades e mudar padrões de comportamento que complicam a vida cotidiana . Também ajuda quando eles obtêm esse suporte pelo tempo que for necessário”, conclui.
Uma dica
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