Tecnologia

Se o metaverso vem aí, seria bom entendermos logo do que se trata!

A mudança de nome da empresa Facebook para Meta — e não da rede social, que permanece com a mesma denominação — vem chamando a atenção do público em geral para um conceito que, até então, estava restrito quase que somente ao universo nerd, dos aficionados da ficção científica. O termo foi criado em 1992 pelo escritor americano Neal Stephenson no romance Snow Crash, em que ele definiu um mundo virtual onde, utilizando um avatar, o protagonista Hiro Protagonist  — sim, é um chiste do autor — interage com outros personagens, inclusive com um inimigo do mundo real que precisa derrotar.

Porém, antes disso a ideia já havia sido trabalhada por William Gibson, outro escritor americano do universo ficcional que, no romance Neuromancer, criou o conceito do ciberespaço, esse já bastante popular.

Universo paralelo

Em artigo publicado no site The Conversation o professor de Mídia da Informação Rabindra Ratan e o doutorando na mesma disciplina Yiming Lei, ambos da Univesidade de Michigan, nos Estados Unidos, descrevem o metaverso como uma rede de ambientes virtuais que estão sempre conectados entre si. Nele, muitas pessoas podem interagir umas com as outras e com objetos digitais enquanto operam representações virtuais delas mesmas — os avatares.

Segundo os especialistas, seria a combinação de realidade virtual imersiva com um jogo de RPG multiplayer online que opera via web. “O metaverso é um conceito de ficção científica que muitas pessoas na indústria de tecnologia enxergam como o sucessor da Internet de hoje. É apenas uma visão neste momento, mas empresas de tecnologia,  como o Facebook, têm como objetivo torná-lo o cenário para muitas atividades online, incluindo trabalho, lazer, estudo e compras. O Facebook está tão convencido do conceito que está se renomeando como Meta para destacar seu esforço para dominar o metaverso”, considera a dupla no artigo.

Três aspectos

De acordo com Ratan e Lei, a presença, a interoperabilidade e  a padronização são três aspectos que caracterizam o metaverso.

Presença é a sensação de estar realmente em um espaço virtual, com outras representações virtuais de pessoas e objetos. Interoperabilidade significa ser capaz de navegar perfeitamente entre espaços virtuais com os mesmos ativos virtuais, como avatares e itens digitais. A padronização permite a interoperabilidade de plataformas e serviços no metaverso.

Como acontece com todas as tecnologias de mídia, existem padrões tecnológicos comuns que são essenciais para uma adoção generalizada. Daí, a necessidade de adota-la.

A importância do metaverso

Há quem diga que todo o alarde de Mark Zuckerber — o CEO do Facebook — em torno do metaverso seja meramente uma jogada de marketing. Porém, a dupla de especialistas enxerga a ideia de maneira diferente.

Par eles, como sucessor da internet, o metaverso se tornará extremamente importante para o mundo em vários aspectos, sociais e econômicos. Ratan e Lei entendem que o novo conceito pode representar a interconexão de várias tecnologias e de várias realidades de plataformas de mídias sociais com ambientes de trabalho virtuais, proporcionando uma experiência imersiva e conectada, o que pode surgir de maneira singular, revolucionando a maneira como interagimos com as pessoas, com os objetos e com as  tecnologias.

É esperar para ver!