7 maneiras práticas para agirmos diante das mudanças climáticas
Mesmo que algumas pessoas teimem em não admitir a realidade, as mudanças climáticas geram uma situação com a qual precisamos aprender a lidar em nossa vida diária. Porém, como estamos falando de um fenômeno global, que mescla processos naturais, que não estão ao nosso alcance controlar, com outros que são resultado direto da ação humana em nível planetário, é natural que, diante da grandeza do problema, surja um sentimento de impotência individual.
Contudo, para o professor Thomas S. Bateman, que leciona Comportamento Organizacional na Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, rejeitar a passividade deveria ser a única maneira de a sociedade agir de forma suficiente sobre uma catástrofe que caminha para adquirir proporções jamais enfrentadas pela humanidade. Pra isso, Bateman considera necessário buscarmos atitudes que nos permitam participar ativamente da reação necessária.
Em artigo publicado no site The Conversation, o professor apresenta setes sugestões sobre como podemos nos tornar mais proativos diante dessa questão que é um problema real que todos nós devemos enfrentar. Confira!
1. Procure identificar-se com o futuro do planeta
De acordo com Bateman, o que ele chama de autoidentidade diz respeito a como você se vê e se descreve, e isso gera comportamentos correspondentes. “A maneira como você se identifica pode ajudá-lo a pensar sobre seu futuro, escolher suas ações preferidas e fornecer um padrão ou modelo motivador pelo qual a pessoa queira se esforçar . Dê um passo adiante ao ‘cuidar’, ao se ver como uma pessoa proativa que pensa no futuro e que ajuda a tornar esse futuro melhor do que seria sem suas contribuições”, recomenda.
2. Avalie com honestidade o que você tem feito para ajudar reduzir os efeitos nocivos das mudanças climáticas.
Bateman destaca que as pessoas são inclinadas a superestimarem suas próprias habilidades — como as de dirigir, de praticar algum esporte ou de liderar. A mesma tendência se aplicaria à visão que elas têm de si mesma com relação a serem ecologicamente mais corretas do que a maioria, o que cria um preconceito enganoso, que é capaz de gerar complacência e impedir a ação.
Para combater essa postura, o professor aconselha às pessoas se avaliarem com precisão em comparação com o que poderiam e deveriam estar fazendo. “A maioria verá um grande potencial inexplorado para fazer a diferença. Para liberar esse potencial, considere a aplicação de estratégias de gerenciamento de tempo encontradas no gerenciamento de negócios, que podem libertá-lo de inúmeras tarefas desagradáveis e improdutivas e permitir que você dedique atenção e tempo a atividades impactantes que tiram o máximo proveito de suas habilidades”, indica Bateman.
3. Busque o engajamento verdadeiramente responsável
O professor destaca que o sentimento de responsabilidade motiva a ação. Por outro lado, há a questão chave relacionada a como você define responsabilidade. “Isso é diferente de atribuir toda a responsabilidade de consertar as coisas aos mais culpados. No jogo da culpa, as empresas de combustíveis fósseis trabalharam duro para transferir a responsabilidade pela situação difícil das mudanças climáticas para os consumidores e não para si mesmas”, exemplifica.
Como dica de inspiração para essa atitude, Bateman lembra o pensamento do dramaturgo e jornalista irlandês George Bernard Shaw que disse que nós nos tornamos sábios não pela lembrança de nosso passado, mas pela responsabilidade por nosso futuro.
4. Decida pensar ativamente nas mudanças para o futuro
O professor considera que, de modo geral, quem pensa mais no futuro produz resultados melhores na vida e no trabalho do que quem só pensa no presente. “Com relação às mudanças climáticas, é imperativo olhar para frente e agir de acordo para que você consiga ajudar a criar os melhores resultados possíveis, em vez de deixá-los ao acaso”, compara.
Bateman diz que os principais psicólogos da atualidade aconselham às pessoas pensarem ativamente em futuros prováveis e recomenda a elas explorem oportunidades que indiquem os melhores caminhos para o futuro, adotando uma postura semelhante à dos garimpeiros e dos vendedores que buscam de novos interessados em um produto.
5. Busque informações sobre os grandes desafios para a humanidade
Como está cada vez mais claro, as mudanças climáticas afetam tudo, o que torna fácil para qualquer pessoa encontrar um campo do conhecimento que venha a ser especialmente interessante para ela. A partir desse interesse, Bateman recomenda aprender o suficiente sobre aquele tema, fazendo isso a partir de fontes confiáveis, que sejam capazes de fornecer informações que tornem possível debater com segurança com outras pessoas.
Pra isso, o professor indica as fontes a seguir.
- Projeto Drawdown, que oferece soluções gerais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
- O departamento de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, dos Estados Unidos, (NOAA, na sigla em inglês), que fornece conselhos sobre o que os indivíduos podem fazer e onde podem aprender mais.
- A lista de dez maneiras simples de agir contra as mudanças climáticas da BBC.
- O novo livro do cientista climático Michael Mann que discute o que os indivíduos podem fazer no âmbito da política e da ação coletiva para obterem maior impacto de suas ações.
6. Ajude a resolver problemas e busque oportunidades construtivas
Bateman destaca um chavão que é sempre repetido em cursos de MBA, que recomenda transformar problemas em oportunidades. “As mudanças climáticas oferecem muitas oportunidades, desde fontes de energia mais limpas até melhores técnicas de construção e produção de alimentos”, observa.
Segundo o professor, a partir dessa abordagem, em vez falar apenas do controle de danos de curto prazo, é possível conversar sobre mudanças de longo prazo. “Ela também revela diversos pontos de vista, aborda problemas subjacentes, em vez de apenas seus sintomas visíveis, e incentiva mais ideias, melhorando assim a resolução de problemas”, explica.
7. Aborde as raízes dos problemas e abrace a multissolução
Como especialista em comportamento organizacional, Bateman lembra que, muito além da percepção das consequências mais visíveis, a solução dos problemas nas organizações exige a identificação e a solução das causas. “A multissolução identifica soluções que abordam a causa raiz de vários problemas. A mudança climática é a raiz de muitos problemas atuais, desde desastres e extinção de espécies até escassez de alimentos e água, injustiça social e guerras”, afirma.
O professor considera que a interrupção das mudanças climáticas pode ajudar a aliviar as pressões em várias áreas. “Portanto, esforços pessoais para reduzir sua pegada de carbono, como o de usar menos combustível fóssil, ajudam. O mesmo acontece ao pressionar políticos e empresas para reduzirem as emissões de carbono e de metano, limitarem a extração de combustível fóssil e investirem em energia zero carbono”, diz.
Bateman considera que as soluções para o problema do clima não só serão capazes de reduzir os danos, como também poderão criar uma série de benefícios. Mas, para que elas sejam encontradas, a participação da sociedade é indispensável. “A estabilização do clima exigirá ajuda de todas as partes. Não é apenas um momento de todos darem as mãos. O planeta precisa que todas mãos e cabeças sejam proativas”, conclui o professor.
Uma dica
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