O Brasil tem mais de 31 milhões de internautas acima dos 60 anos, mas a web ainda é um problema para os idosos no país
De acordo com os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados em julho passado, a população brasileira de idosos, ou seja, com mais de 60 anos, ultrapassou a casa dos 31 milhões de habitantes em 2021. Naturalmente, grande parte desse contingente está ligada nas funcionalidades tecnológicas, inclusive naquelas disponíveis na internet.
Mas, será que de fato a web é acessível para esse pessoal?
Tecnologia “recente”
Para estabelecermos um parâmetro temporal, antes de tudo, é preciso considerar que, para a juventude, a internet sempre existiu. Introduzida no Brasil em 1988, a web só começou a se popularizar em 1995, quando o uso comercial da rede foi iniciado. Ou seja, com 27 anos de existência, os recursos dos sites e dos emails, entre outros, fazem parte da vida de quem tem menos idade desde que essas pessoas nasceram ou de quando elas eram ainda muito jovens.
Assim, é natural que as gerações mais recentes tenham imensa facilidade para lidar com a navegação na internet, com o uso de aplicativos, envio de mensagens e outras funcionalidades que são corriqueiras no mundo virtual. Contudo, para os mais velhos, inclusive para aqueles que, desde o princípio do desenvolvimento da rede mundial de computadores, já tinha acesso à tecnologia, tudo o que existe nesse universo faz parte de uma tremenda revolução, cuja assimilação não se completou ainda para um contingente considerável de idosos.
Presença considerável
Ainda assim, a presença da terceira idade na web é bastante ativa. De acordo com pesquisa da Offer Wide realizada para o SPC Brasil, 97% dos idosos brasileiros estão conectados e utilizam com frequência os recursos digitais. Ou seja, cruzando esta informação com os dados da Pnad Contínua, há um mercado de mais de 30 milhões de pessoas acima de 60 anos que interage com mundo virtual.
Contudo, a falta de acessibilidade ainda é um problema.
Dificuldades
Mesmo havendo um público tão significativo, há fatores que dificultam a navegação para os mais velhos. Alguns são estruturais e dizem respeito à própria construção dos sites e dos aplicativos. Layouts confusos, fontes muito pequenas, imagens e conteúdos complexos, muitas vezes com ausência de destaques em trechos importantes, são alguns dos problemas que atrapalham a navegabilidade para quem já chegou à terceira idade.
Entretanto, existem outras questões que dizem respeito ao desconhecimento das funções, inclusive daquelas básicas, que são muito úteis no dia a dia digital. O uso de links, o acesso a menus, a possibilidade de compartilhamento de conteúdo, o salvamento de páginas, funções de tradução de texto, entre outras possibilidades, passam desapercebidas, impedindo que o universo virtual seja aproveitado ao máximo.
Soluções
Além do treino, que leva ao aprendizado pela tentativa e erro, estratégia que muitas vezes também acarreta desgaste e frustração desnecessários, as soluções para essas dificuldades podem vir de três maneiras. A primeira seria obter a disponibilidade de alguém da família que possa ensinar os recursos da internet à pessoa idosa. A segunda seria delegar esta função a um professor que preste esse tipo de serviço, o que implica em um custo que pode ser considerável.
Como alternativa, há a terceira opção: do aprendizado por a distância. Assim, por meio de um curso online, a própria internet pode servir para esclarecer dúvidas dúvidas e para o desenvolvimento de habilidades que permitirão ao idoso ou à idosa usufruir dos recursos de maneira plena.