Meio Ambiente

Supressão de árvores exige replantio urgente

Inaugurando a coluna “Fala Leitor” do Comunidade Ativa, a farmacêutica Juliane Moraes, moradora do Anchieta, enviou uma mensagem ao jornal destacando a supressão de uma enorme castanheira que havia em frente ao prédio onde ela mora, na Francisco Deslandes. Como consequência, Juliane relata que os apartamentos dali se tornaram muito mais quentes, o que vem sendo sentido de maneira especial nesse período em que os termômetros estão batendo nas alturas. A moradora ainda sugeriu que a Amoran inicie uma campanha voltada para o plantio de novas árvores, em substituição às que foram suprimidas.

Necessidade

Como esse é um assunto que interessa a grande parte da população da nossa região e de toda a cidade, fomos conversar um pouco mais com a farmacêutica, que demonstrou indignação com as outras tantas supressões que estão acontecendo, sem que haja reposição dos espécimes cortados. Segundo Juliane, só em três quarteirões próximos a onde ela mora, 12 árvores teriam sido cortadas, sem substituição. “O bairro Anchieta já não é o mesmo. Era um pedaço de BH ameno e agradável em função da presença do verde em suas frondosas árvores, que davam identidade às ruas. Árvores com abundância sonora de aves e de outros pequenos animais e que primavam pelo embelezamento e por oferecer sombra para os pedestres e também para os pets, que se aventuravam no passeio diário”, ela recorda.

Juliane observa que o sentimento que ela tem não é apenas de saudade de um tempo mais verde. É também o sentimento de urgência de quem está sofrendo diretamente as consequências das supressões. “O corte da castanheira com mais de 30 anos, em frente ao meu prédio, nos expôs a um calor imenso, com o sol incidindo nas nossas janelas desde às 7h da manhã. Além disso, tirou a nossa privacidade, já que moramos em um prédio pequeno e próximo à calçada”, conta.

Equilíbrio

Moradora da Rua Adolfo Pereira, também no Anchieta, a publicitária Luciana Campos também anda bastante preocupada com os sucessivos cortes de árvores locais, sem que haja qualquer ação significativa de destoca e de replantio. “A supressão de árvores na nossa região pode gerar impactos negativos no meio ambiente, incluindo a redução da biodiversidade e a piora na qualidade do ar. Temos observado em nosso bairro muitos casos onde acontece a supressão e a árvore não é substituída”, ressalta.

Luciana entende que é fundamental haver um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental. “Iniciativas de replantio e políticas de arborização podem ser essenciais para compensar a perda de árvores e promover a sustentabilidade na cidade”, considera.

PBH responde

Em virtude das manifestações das moradoras e considerando o histórico da Amo- ran em relação ao problema, o Comunidade Ativa também ouviu Álvaro Goulart, coordenador do Atendimento Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre a urgente necessidade de replantio de árvores na nossa região e as respostas foram animadoras. Segundo Álvaro, a partir de uma manifestação organizada da população, é possível levar a demanda diretamente à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), a fim de criar uma ação nesse sentido. “Essa também é uma vontade da Prefeitura e, por meio da Amoran, nós podemos buscar na SMMA uma parceria com a comunidade visando o plantio de árvores”, ele diz.

Entretanto, Álvaro ressalta aspectos técnicos que não tornam o replantio algo tão simples quanto possa parecer à primeira vista. “É necessário um tratamento preliminar de destoca, que não retira a raiz. Isso impede o plantio no mesmo lugar. Ou seja, há um planejamento a ser feito e podemos iniciar um piloto na área atendida pela Amoran”, considera.

Movimento

De acordo com Carlos Alberto Rocha, presidente da Amoran, o assunto da arborização local sempre esteve na pauta da Associação e, agora, diante das manifestações recebidas e da necessidade premente, passa a direcionar ações de curto prazo. “A Amoran sempre esteve atenta para a necessidade de poda e de supressão de árvores que apresentam riscos para a comunidade e, na maioria das vezes, somos atendidos nas demandas que apresentamos. O mesmo não podemos dizer a respeito da destoca, que é uma bandeira antiga que levantamos, mas que continua sem ser tratada de maneira adequada. Agora, a partir da manifestação das moradoras e da receptividade do coordenador da Centro-Sul para o assunto, nos empenharemos ainda mais sobre ele, mantendo o foco na destoca, mas também incluindo o replantio como meta de curto prazo”, afirma.

Segundo Carlos Alberto, as ações de mobilização da comunidade já estão sendo planejadas para serem iniciadas brevemente. “Acredito que, logo no início de 2024, poderemos buscar essa mobilização, convidando as escolas, as empresas, pessoas dedicadas ao assunto e a população residente em geral para se unirem em torno de um mutirão de plantio. Naturalmente, vamos buscar junto à PBH as con- siderações técnicas e o apoio necessário para que haja sucesso nesse movimento. Mas, desde já, estamos bastante otimistas com os resultados que poderão surgir”, diz.

Se você deseja participar desse movimento você já pode procurar a Amoran pelo WhatsApp 31255555399 ou clique aqui para acessar o formulário de contato da Associação.