Sobre o Direito à Cidade
Diorela Kelles
(continuação de “40 minutos em uma manhã gelada”, publicado na edição 158 do jornal Comunidade Ativa, em agosto de 2023)
O tema Direito à Cidade é muito amplo e pode ser definido de formas bastante elegantes por diversos autores como Henri Lefebvre, Jane Jacobs, Jan Gehl, Jaime Lerner (este brasileiro!) e outros. Mas vou trazer a minha definição depois de ver esta imagem.
Adoro essas reações, essa sensação de viver em comunidade. Essa oportunidade de compartilhar uma alegria com desconhecidos e receber os melhores votos de volta. Isso é o mais lindo do direito à cidade! Não estamos sozinhos.
Posso estar sendo sonhadora e até romantizando um pouco, mas Direito à cidade, para mim, é basicamente poder viver uma vida digna e se sentir pertencente à cidade como alguém que faz parte de uma aldeia. Direito a cidade é também ter para quem contar suas boas notícias e ter para quem pedir ajuda nos momentos mais pesados.
É ainda saber que seus filhos podem ir andando para a escola e, se tiver algum problema, os vizinhos vão saber orientar e também chamar você. Outro dia, a Lili, do café Cacauhuatt, estava contando como conta com sua vizinha até quando o filho pega bicho de pé! É aquela velha conclusão do estudo mais longevo de Harvard sobre a felicidade: ter com quem contar é o que nos faz felizes.
E pensando assim, Direito à cidade é ser também a pessoa que acolhe, a pessoa que oferece a chave de fenda para o comerciante que precisa reparar um móvel. É ser o ombro amigo e para quem está longe da família e ser a pessoa para quem se guarda uma fatia de bolo no final da festa.
É por isso que acredito em cidades mais caminháveis, comércio de rua e gentileza entre pessoas que não se conhecem! Por isso acredito no “bom dia” pelas ruas, como em uma cidade do interior. Isso é Direito à cidade.
Meu nome é Diorela Kelles, sou coordenadora de projetos de uma Startup, atriz, advogada e redatora. Escreverei com mais periodicidade para a Amoran a fim de podermos trocar ideias para aprimorar o nosso bairro. Nos vemos logo!
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