Cidadania

Editorial: Seu voto pela nossa região

por Carlos Alberto Rocha* 

No editorial de junho no Comunidade Ativa, destaquei a oportunidade que temos de, com antecedência, verificar entre os candidatos e candidatas que se apresentaram para as próximas eleições quem realmente deseja e pode atuar em benefício do lugar onde vivemos. Agora, a mais de um mês do pleito, com as candidaturas oficializadas, retomo o tema para levantar algumas das necessidades existentes na área de abrangência da Amoran — Anchieta, Cruzeiro, Carmo, Comiteco e Sion — e que servirão como pautas da Associação junto aos novos mandatos na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) e na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a partir de 2025.

É fato que o voto deve ser pensado tendo em perspectiva toda a cidade. Porém, considerar os interesses da nossa região nesse pensamento valoriza os aspectos de BH que estão mais próximos a nós. Pelo ponto de vista da atuação da Amoran, ressalto a seguir os mais relevantes.

Segurança

Se por um lado vivemos em uma localidade que, de acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), não apresenta indicativos dos mais preocupantes se comparados com os de regiões mais violentas da cidade, por outro, devemos tomar como parâmetros condições melhores de segurança do que as que vivemos atualmente em nossa região. Este é um ponto importante para ser considerado por quem vamos eleger para os próximos mandatos.

Nesse sentido, percebemos que a presença mais destacada da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) em nossos bairros pode ser um reforço expressivo para a prevenção aos crimes. Ao mesmo tempo, o apoio municipal às ações comunitárias de segurança — como à Rede de Vizinhos — e a atuação incisiva do Município no desenvolvimento local do programa BH+Segura, da PBH (veja na página 8), pode nos trazer benefícios significativos.

Meio ambiente

De uns anos para cá, por vários motivos, a PBH vem promovendo a supressão de árvores na nossa região, o que reduz a área sombreada e vai na contramão das necessidades que as mudanças climáticas vêm nos impondo de forma drástica. Sendo assim, destaco aqui a cantilena que repetimos há anos: precisamos de destocas das árvores suprimidas e do plantio de novos espécimes nos locais que estão desguarnecidos de arborização.

Ao mesmo tempo, ainda que a PBH já esteja direcionando recursos para a revitalização de dois parques locais — o JK e o Monsenhor Expedito D’Ávila —, entendemos a necessidade de atenção para a manutenção constante daqueles espaços, cuja ocupação pela comunidade precisa ser estimulada. Entendemos que o Município pode promover diretamente e também apoiar a promoção por terceiros de atividades culturais, artísticas, esportivas e de lazer nos parques.

No mesmo rol de atenção, é preciso incluir os parques da Mata das Borboletas, no Sion, e o Amílcar Viana Martins, no Cruzeiro, como unidades que podem receber maior suporte do poder público municipal.

As questões do trânsito e da circulação de pedestres na região também estão entre os desafios que o Município deverá enfrentar nos próximos anos e que se tornam ainda mais preocupantes perante os novos empreendimentos imobiliários que estão surgindo localmente. Esses empreendimentos compõem outro aspecto que precisará ser tratado, uma vez que eles geram impactos que se avolumam na região. Oxalá os futuros mandatários da cidade tenham sensibilidade para esse tema, que precisará ser avaliado com a participação da população que mais sofre com as consequências.

Análise

Segundo o TSE, em 6 de outubro, BH terá 867 candidatos e candidatas à vereança — curiosamente, cerca de 44% a menos do que as 1560 candidaturas das eleições de 2020 —, o que cria um leque menor para as nossas escolhas. Estas ficarão mais simples se conseguirmos identificar quem, de verdade, tem disposição e compromisso para trabalhar pelas nossas causas locais. O mesmo vale para a análise que teremos que fazer para escolher entre as 10 candidaturas à Prefeitura — número também menor do que os 16 nomes que se apresentaram em 2020.

Ora, com menos candidatos, o nosso trabalho de avaliação foi simplificado. Porém, se queremos de fato buscar as soluções necessárias para o lugar onde vivemos, a nossa responsabilidade de fazer as escolhas corretas aumenta. A parte boa da história é que ainda nos resta um tempo para as nossas pesquisas e ponderações, que serão indispensáveis para as boas decisões.

* Carlos Alberto é jornalista, editor do Comunidade Ativa e presidente da Amoran