Situação da Francisco Deslandes continua indefinida
Em reunião por telefone realizada na quinta-feira, 3 de agosto, os responsáveis pela área de licenciamento da Tenco Shopping Centers Camila Gosende, Evelise França e Vinícius Souza apresentaram ao presidente da Amoran Carlos Alberto Rocha a situação mais recente relativa a Operação Urbana Simplificada (OUS) da Francisco Deslandes, que prevê três intervenções naquela rua. Vale destacar que, como contrapartidas aos impactos gerados na região pela expansão do Anchieta Garden Shopping, a Tenco deve instalar iluminação direcionada para pedestres e abrigos de ônibus ao longo da via e promover obras de requalificação da Praça Marino Mendes Campos, que fica final da rua, junto à entrada do Parque Julien Rien.
Originalmente, a OUS também previa a implantação de uma ciclovia na região, contrapartida que foi suprimida das condicionantes, atendendo a pedidos de um grupo de moradores que, em 2016, se opôs à intervenção. A realocação dos recursos que seriam destinados à obra da ciclovia ainda não foi definida pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH). A OUS da Francisco Deslandes está amparada pela Lei Municipal nº 10.954, de 2016.
Segundo semestre 2021
De acordo com os representantes da Tenco, apenas a instalação de iluminação para pedestres tem previsão para ser iniciada, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2021. Conforme o relato da equipe da empresa, as demais estão dependendo somente da ordem de execução da PBH para que sejam iniciadas.
“Eu pedi esta reunião com a Tenco para entender os motivos de tanta demora na execução das intervenções. Afinal, se comparadas a outras obras da cidade, que andam com maior velocidade, elas não são de porte tão grande”, diz Carlos Alberto. Lembrando que a Amoran foi reconhecida pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) como a instituição representativa da comunidade local junto à Tenco e à PBH no acompanhamento da OUS, o presidente da Associação afirma que também pediu esclarecimentos sobre o destino da verba que seria aplicada na construção da ciclovia, o que já havia sido feito em outras ocasiões.
Segundo Carlos Alberto, em junho do ano passado, a Amoran entregou à coordenadora de Atendimento Regional Centro-Sul Patrícia Furtado um ofício (clique aqui para acessar o documento) que relaciona uma série de demandas da região que poderiam ser atendidas com o recurso da ciclovia. “Soubemos que esta verba pode ser aplicada em outras regiões da cidade que não têm qualquer relação com o shopping, o que consideramos um equívoco. Em ocasiões posteriores, insistimos com a coordenadora de Atendimento da Centro-Sul sobre o assunto, mas nada de concreto nos foi relatado”, diz o presidente.
Possível retorno
Na reunião, os representantes da Tenco consideraram que é possível que a PBH decida redirecionar o dinheiro da ciclovia para intervenções na região o que, para Carlos Alberto, seria o mais razoável. “Temos inúmeros problemas cujas soluções dependem de órgãos da PBH, que não tem dado a devida atenção às nossas solicitações. Portanto, estamos diante de uma oportunidade concreta de solução, ainda que parcial, que, segundo a Tenco, estaria nas mãos da Prefeitura viabilizar”, considera o presidente.
Destacando a contrariedade da população com relação à demora na execução das demais intervenções, Carlos Alberto considera inexplicável que algo assim esteja acontecendo. “Nós estamos falando de algo que foi definido há quatro anos. Vamos tomar como referência o processo de licenciamento e início de uma obra gigantesca, como é a do estádio do Atlético, no bairro Califórnia, por exemplo. É uma obra da iniciativa privada mas que passou pelo crivo da aprovação da PBH, que foi bastante acelerado. Há quatro anos não se falava da Arena, que agora encontra a todo vapor. Com essa morosidade absurda aqui no Anchieta, que não faz qualquer sentido acontecer, corremos o risco de ver o estádio ficar pronto antes da pracinha e dos pontos de ônibus”, ironiza o presidente.
Segundo Carlos Alberto, a Amoran não está inerte diante da situação. “Coincidentemente e infelizmente, há quatro anos não temos um relacionamento tão próximo com a PBH como o que havia em outras épocas e isso não está acontecendo porque nós criamos o distanciamento. Ocorre porque não encontramos interlocutores que estejam dispostos a verdadeiramente buscar as soluções práticas para as nossas demandas. No lugar de respostas concretas, o que sempre recebemos são as justificativas imprecisas para o que não está acontecendo. Mesmo assim, dentro das nossas limitações, estamos trabalhando”, diz.
De acordo com o presidente, a Amoran buscou um contato direto com o prefeito Alexandre Kalil, o que foi feito fora dos protocolos formais da PBH. “Ainda não obtivemos resposta, mas estamos buscando todos os meios para sermos ouvidos. Nesse sentido, estamos conversando com outras pessoas que possam nos ajudar nesta situação. Esperamos que em 2021 a gente consiga ver essas obras acontecendo. Antes tarde do que nunca”, conclui o presidente.